O pensador

O pensador
Porque às vezes é preciso pensar um pouco...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Primeiro Post !


Vale a pena?

      Vamos lá, você já se pegou alguma vez fazendo essa pergunta, não pegou?

      Não estou falando do sentido de custo benefício, bem... talvez eu possa também utilizar esse termo, mas não se trata da avaliação de algo que se queira comprar, mas sim da avaliação da sua vida.

      Quero dizer que algum momento você certamente já se perguntou se tudo aquilo que fazia realmente precisava ser feito. Se realmente seria útil, se verdadeiramente "valeria a pena".

      Se você ainda não entendeu me refiro às noites não dormidas devido ao trabalho, ou as mal dormidas por somente se pensar nele. Às horas a fio estudando para uma prova, um exame, o vestibular ou um concurso. Se todo esse trabalho árduo e cansativo realmente traria melhoras. Às vezes todo esse estresse viria a toa. Afinal, todos nós vamos para o mesmo lugar quando morremos.

      Precisamos de tão pouco para viver, com um pouco de trabalho poderíamos nutrir o nosso corpo, o resto do tempo usaríamos para nutrir a nossa alma. Mas esses pensamentos são rapidamente substituídos por outros consumistas, nos quais todos os nossos problemas poderiam ser resolvidos com um pouco mais de grana. E é para isso que nos dedicamos, damos tudo de nós, para sermos bem sucedidos e podermos comprar tudo o que se é possível.

      Mas há de se pensar se no final das contas tudo isso não acaba sendo apenas aquele pirulito que as crianças recebem após a vacina, onde o sabor doce faz com que ela se esqueça da dor passada.

      É sobre essa reflexão que todos ou já passaram ou passarão (depois de ler esse texto) que eu quero abordar nesse momento. Não tenho o intuito de mudar cabeças, pelo contrário, irei conduzi-los a criar a sua própria linha de raciocínio. Servirei como um guia para ajudá-los a praticar uma milenar arte, em falta nos dias atuais, trunfo daqueles que têm a infelicidade de não conseguirem agir o suficiente (por timidez ou vagabundagem), a arte de pensar.

      Uma pessoa pode simplesmente evitar todo o trabalho e correria do cotidiano de uma vida inteira, basta deixar de se envolver com os hábitos capitalistas desde o início, pois quem resolve encará-los acaba ficando dependente dessa louca corrida à ascensão social. A pessoa deve, desde o berço, ser treinada a valorizar pura e tão somente as simplicidades da vida. Os momentos felizes, as amizades, a família que sempre existirão, independentemente dos seus bens. Se pensarmos bem, para apenas sobrevivermos despidos dos bens materiais, pouco dinheiro é necessário. Vivendo dessa maneira é claramente possível de ser feliz. Afinal de contas, existem muitas pessoas que o fazem, não por opção, mas por impossibilidade (famílias carentes) ou cultura (tribos indígenas). Isso não limita a sua felicidade.

      Por outro lado, existe o grupo do qual faz parte praticamente a totalidade das pessoas, que é aquele que além de aproveitar os valores simples, também se importa com os materiais. Este desde pequeno teve os seus brinquedos, carrinhos, bonecas, etc. Este quando cresceu mais um pouco quis uma bicicleta, um vídeo-game, um celular, um carro. Está acostumado a dar valor e estimar seus objetos. Essa é a essência do grupo agora tratado. 

      Essa turma não vive sem tecnologia, está antenada com os lançamentos, e para poder se atualizar precisa de verba. E essa verba vem da onde? Do céu que não cai! Portanto é preferível que se perca noites trabalhando ou estudando do que se roube. Por isso essas pessoas dedicam boa parte das suas vidas para o crescimento financeiro, algumas vezes deixando de lado o puro divertimento. Separando bem os momentos de lazer dos sagrados momentos de dedicação à carreira. E eles são felizes da mesma maneira, acostumam-se com o fato e tomam metas. Não se imaginam viver sem elas, pois para eles seria uma vida sem sentido.

      Mas então, qual comportamento é o correto? A resposta é: os dois.

      Assim como existem várias religiões e todas elas estão corretas para quem as segue, existem várias maneiras de se levar a vida. O importante é que ao final não restem ressentimentos.

      Se você acha que vive-se melhor sem a pressão e o estresse do dia a dia capitalista, sinta-se livre para mudar e poder viver  da melhor forma possível na sua opinião. Não se esqueça de passar esses valores para os seus filhos desde cedo, assim eles serão inseridos nesse contexto mais facilmente e não sofrerão com mudanças de hábitos.

      Mas se você quer poder se aproveitar das regalias provindas da modernidade, quer poder dar aos seus filhos condições cada vez melhores, caia de cabeça nesse mundo. Indubitavelmente muito esforço, dedicação, trabalho duro e sacrifícios serão necessários. Mas com eles o sucesso é inevitável, se no fim não o obteve, significa que você também não se doou o suficiente.

      Por isso, independentemente dos meios, se você conseguiu alcançar suas metas significa que valeu a pena, como já disse anteriormente, o importante é que no final não restem ressentimentos. Daí podemos finalizar esse “momento pensante” abstraindo mais um sentido para a célebre frase de Fernando Pessoa “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena” que certamente é motivo para muito mais pensamento.

5 comentários:

  1. Um Tópico muito bom para se discutir, meu amigo!

    Antes de mais nada:
    Minhas parabenizações pela esplêndida iniciativa de criar um blog voltado este tipo de discussão.

    São realmente poucas pessoas que se dão ao trabalho de filosofar sobre a vida, como vc propôs neste post.

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  2. Parabéns pelo post!
    Você conseguiu retratar com singelas palavras uma mensagem intensa.
    Para completar, acrescento: valeu a pena, ler tudo que for escrito por você :)

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  3. Ora, ora, Dr. Diego!
    Meus parabéns pelas palavras não apenas
    belas, mas muito sábias, e claro, pelo seu blog também!
    Muitas pessoas apenas têm um estilo de vida, mas não pensam o porquê de tê-lo.
    Continue a ajudar as pessoas a refletirem sobre a vida, sobre tudo.
    Congratulations. =D

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  4. As palavras escritas por mim agora não serão tão bem postas como o texto que acabei de ler, mas fica válida a intenção.
    Parabéns Diego! Seu texto está muito bem elaborado!
    O assunto tratado, também foi um excelente assunto para dar início a esse seu projeto. Invista nele que lhe trará grandes e frondosos furtos.
    Parabéns! Me orgulho de conhecer uma pessoa com a sua capacidade!

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  5. Olha só, Diego Filósofo... Disso eu não tinha muita ideia... Belo texto, cara, continua postando aí que a gente faz propaganda... Make the choices, dude.

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